domingo, 16 de novembro de 2014

Estado inicia vacinação contra a febre aftosa

O Rio Grande do Sul deve vacinar em torno de 5 milhões de animais na segunda etapa de combate à febre aftosa. Na primeira fase, realizada em maio, foram imunizadas 13,6 milhões de cabeças, representando uma cobertura de 98,32% do rebanho bovídeo do Estado. Agora, o processo é de reforço, por isso a aplicação atinge apenas os bovinos e búfalos de até 24 meses, em idade mais vulneráveis a doença. A abertura oficial da vacinação aconteceu ontem, no distrito de São Valentim, em Santa Maria, e os produtores têm até 30 de novembro para realizar o procedimento.

Na fase atual, o governo estadual investiu R$ 3 milhões na aquisição de 1,7 milhão de doses. Além disso, outras 700 mil vacinas estão disponíveis nas inspetorias regionais da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O montante será distribuído gratuitamente ao produtor rural enquadrado nos critérios do Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf) e no Programa Estadual de Desenvolvimento da Pecuária de Corte Familiar (Pecfam) e que tenha um rebanho de até 100 animais, o que representa 75% da categoria.

"É importante reforçar que o pessoal procure as inspetorias regionais e faça o procedimento logo no começo. Mais tarde, podem haver filas para obter a vacina", destaca o coordenador pela Seapa do Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (Pnefa), Fernando Groff. É necessário atuar de forma preventiva, de acordo com Groff, ficando atendo aos sinais da doença. Ao observar animais babando e mancando, o criador deve comunicar imediatamente a inspetoria da cidade ou região. A enfermidade afeta animais de casco fendido, como bovinos, bubalinos, caprinos e suínos.

De caráter obrigatório, a vacinação deve atingir, segundo meta estipulada pela Seapa, ao menos 90% do rebanho com até 24 meses de idade. A prestação de contas pode ser realizada até o dia 5 de dezembro. Enquanto isso, a entidade fiscalizará mais de 13 mil propriedades, com prioridade para áreas consideradas de risco, como a Fronteira, áreas de circulação de animais, zonas de porto e nas cercanias de cidades. Em caso de descumprimento, há multa prevista em lei.

Atualmente, Santa Catarina é o único estado brasileiro com homologação de livre de aftosa sem vacinação. O último caso registrado em solo gaúcho aconteceu em 2001. A região do Cone Sul - incluindo Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai e Brasil - não possui focos de aftosa há dois anos. "Mas não devemos olhar para esses números e baixar a guarda. É preciso manter a atenção não apenas pelos novos mercados de carne bovina que estão sendo abertos, como o russo, mas para manutenção da qualidade da cadeia produtiva. Quando novos casos de aftosa aparecem, a recuperação da produtividade leva anos", alerta Groff.

Demandas doméstica e externa elevam preços da carne

Os preços da carne de frango vêm reagindo no correr de novembro, conforme dados do Cepea. O consumo doméstico está mais aquecido, favorecido pelo período de início de mês (recebimento de salários) e pelos menores patamares dessa proteína na comparação com as concorrentes (suína e bovina).

Além disso, o bom desempenho das exportações tem refletido em oferta mais restrita no mercado doméstico, contribuindo para elevar as cotações. Só na primeira semana de novembro, os embarques da carne de frango in natura totalizaram 90,9 mil toneladas, ou média diária de 18,2 mil toneladas, 26,8% maior que a de outubro e 15,4% superior à do mesmo período de 2013, conforme dados da Secex.

Se esse ritmo for mantido, no encerramento de novembro, serão exportadas 363,5 mil toneladas, recorde da série da Secex, iniciada em 1997.